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Religião não deve justificar a violência, diz papa na África

O papa Francisco advertiu nesta quinta-feira que a religião não deve ser utilizada "para justificar o ódio e a violência", e lamentou a radicalização dos jovens em seu nome para "rasgar o tecido social". O pontífice fez seu discurso durante um encontro inter-religioso e ecumênico realizado nesta quinta-feira em Nairóbi, no Quênia, o primeiro destino de sua viagem ao continente africano.

"As religiões jogam um papel essencial na formação das consciências, mas o nome de Deus não deve ser usado jamais para justificar o ódio e a violência", disse o papa. Ele mencionou quatro graves atentados no Quênia realizados pelo grupo jihadista Al Shabab nos últimos dois anos: um atentado ao centro comercial Westgate, com 67 mortos, dois no povoado de Mandera, com 64 mortos, e um na Universidade de Garissa, com 148 mortos.

O pontífice afirmou que a relação entre as diferentes religiões "impõe desafios e dúvidas", mas que o diálogo inter-religioso "não é um luxo, e sim algo fundamental de que o mundo precisa cada vez mais".

Violência - Também nesta quinta-feira, em uma missa na Universidade de Nairóbi, o papa Francisco pediu "o fim da arrogância dos homens, que ferem ou degradam as mulheres". Nesta quarta-feira, foi celebrado o Dia Mundial contra a Violência de Gênero, que tem especial relevância no Quênia, um país no qual cerca de 45% das mulheres sofreu algum tipo de maus-tratos físico ou sexual.

Essa foi a primeira missa do pontífice durante sua viagem pela África, que começou nesta quarta-feira. A última vez em que um papa visitou o Quênia foi em 1995, quando João Paulo II viajou até o país. O papa Francisco ainda deve passar Uganda e a República Centro-Africana.