Santo do dia 
Santo do dia

 

São João da Cruz

14 de Dezembro de 2019

 


Ele nasceu como João de Ypes de Alvares em Fontiveros, Castilha, Espanha e foi criado pela sua mãe após a morte de seu pai, quando ainda era menino.

Ele estudou no Colégio Jesuíta em Medina e já era aprendiz com a idade de 15 anos no hospital de Nossa Senhora da Conceição.

Desde a infância o distinguiu sempre uma terna devoção a Maria Santíssima, que mais uma vez lhe salvou a vida, milagrosamente. O que raramente se observa em meninos: O desejo da mortificação, em João era bem pronunciado, quando contava apenas 9 anos. Escolhendo para si um leito duro, poucas horas de sono dava ao corpo, castigando-o ainda com jejuns assaz rigorosos. Estudante , ainda tinha por ocupação predileta visitar doentes nos hospitais e prestar-lhes serviços de enfermeiro.
sao joao da cruz

Em 1563 ele entrou para o Monastério das dos Carmelitas em Medina do Campo e tomou o nome de João de São Mathias, e após o noviciado foi enviado para o monastério Carmelita perto da Universidade de Salamanca. Ele estudou ali de 1564 a 1568 e foi ordenado em 1567.

 

Universidade de Salamanca - Espanha lucca lucca lucca

 

Uma vez feito religioso, não se satisfazia com as praxes disciplinares usuais: Tinha o intento de moldar a vida religiosa pelo rigor antigo da Ordem . Tendo chegado o dia da celebração da primeira Missa, examinou a consciência com o maior escrúpulo;  não achando falta com que tivesse gravemente ofendido a Deus, deu muitas graças, pedindo a Nosso Senhor, que o preservasse sempre do pecado mortal. Esta oração foi ouvida, concedendo-lhe Deus a graça da inocência até a morte. Alcançou na perfeição um grau tão elevado, que na sua vida não há exemplo de pecado venial deliberado.

João sentiu que os Carmelitas estavam com excesso de frouxidão e ele considerou passar para a Ordem mais dura dos Cartuzianos, mas foi dissuadido por Santa Tereza d‘Ávila (Santa Tereza de Jesus).

cartuxos
Brazão da Ordem dos Cartuxos
 

A Ordem dos Cartuxos (do latim Ordo Cartusiensis, O.Cart.) é uma ordem religiosa católica semi-eremítica fundada em 1084, por São Buno, em França.

No passado, esta ordem religiosa dividia-se em dois grupos: os padres e os irmãos leigos. Cada monge tinha acesso à sua própria cela a qual, poucas vezes

r, abandonava. Três vezes por semana não comiam pão, água ou sal e faziam, muitas vezes por ano, longos jejuns. Os monges cartuxos permaneciam sempre num regime de estrito silêncio e o consumo da carne e do vinho eram-lhes proibidos.

Presentemente, os monges cartuxos continuam ainda a prática, com pequenas modificações, de tal austeridade.

Em Portugal, ainda existe um mosteiro desta Ordem onde se praticam tais costumes, é o Convento de Santa Maria Scala Coeli, em Évora. No Brasil existe também um mosteiro cartuxo, na cidade de Ivorá, RS.


Santa Teresa de Jesus, que foi sua contemporânea, considerava-o santo, e afirma que nunca lhe observou a mínima falta. A mesma Santa conheceu São João da Cruz, por ocasião da fundação dum convento em Medina del Campo. João, levado pela inclinação à vida austera, tencionava entrar na Ordem dos  Cartuxos, mas  antes de tomar qualquer resolução definitiva neste sentido,  pediu o conselho de Santa Teresa. Esta lhe disse, que  mais acertado, andaria por ser mais do agrado de Deus, se permanecesse na Ordem Carmelita, e se incumbisse também da reforma da disciplina regular; era esta a vontade de Deus. João apresentou este  plano a Deus nas orações e ao confessor, e decidiu seguir a opinião de Santa Teresa.  Em pouco tempo, conseguiu a graça de Deus a  reforma de alguns conventos da Ordem.  A opiniões contrárias fechava os ouvidos,  dizendo que o caminho estreito para o Céu,  não exigia causa de menos  valor.

João imediatamente conseguiu permissão para aderir ao rígido ascetismo da regra original da ordem e imediatamente se juntou a Santa Teresa em sua causa. Os dois se tornaram bons amigos e eles em pouco tempo estabeleceram o primeiro monastério dos Descalços em Duruelo, adotando ao mesmo tempo o nome de João da Cruz.

O resto de sua vida foi devotado a promoção, reformas e escritos. De 1571 ele foi o reitor do monastério em Alcala ,de 1572 a 1577 foi o confessor do convento da Incarnação em Ávila e conseguiu em 1579 a separação das Carmelitas em Carmelitas Calçadas e Descalças, duas comunidades separadas, sendo a Segunda com regras bem mais duras.

De 1579 a 1582 ele foi o Reitor do Colégio que ele fundou em Baeza e depois Reitor em Granada e Prior em Segovia. Através dos anos João sofreu grandes provações. Sofreu vários julgamentos e severas oposição às suas reformas mesmo dentro da Ordem, especialmente daqueles frades que recusavam a validade dos Carmelitas Descalços e tramavam intrigas e esquemas contra Santa Tereza de Jesus e São João da Cruz.

Em 1577, por exemplo, ele ficou preso em uma cela no Monastério de Toledo, escapando após nove meses com um corda feita de pedaços de pano e subiu para a liberdade no dia da Festa da Ascensão.

Ele se refugiou no Monastério de El Calvário em Andaluzia . Ele viveu em constante ameaça da Inquisição Espanhola e foi muito maltratado por Nicola Doria eleito superior da Ordem dos Carmelitas Descalços em 1583.

A política de Doria era tão cruel que João se opôs a ele no Conselho Geral em 1791. Isto levou a Doria a retirar dele todos os postos e bani-lo para o Monastério de La Peneula, em Andaluzia. João morreu em 14 de dezembro de 1591 no Monastério de Ubeba.

Conhecido como Doutor em Teologia Mística, João era um místico, teólogo e poeta que compôs ricos trabalhos onde encontramos profundas expressões místicas em tratados, em forma de poemas com comentários teológicos. Estes renomados poemas incluem o "Cântico Espiritual ", "Ascensão ao Monte Carmel", "Chama de Amor" e "Noite Sombria da Alma". Através destes trabalhos João apresenta o desenvolvimento da alma humana através da purgação, iluminação e união com Jesus.

Ele permanece um dos mais expressivos e profundos teólogos místicos da historia da Igreja.

Foi beatificado em 1675,
Ccanonizado em 1726 pelo Papa Benedito XIII
Ddeclarado Doutor da Igreja em 1926 pelo Papa Pio XI.
Em 1952 foi proclamado "Patrono dos Poetas Espanhóis".

Talvez a mais bela e completa descrição física e espiritual do Santo Fundador tenha sido feita por Frei Eliseu dos Mártires que com ele conviveu em Baeza: "Homem de estatura mediana, de rosto sério e venerável. Um pouco moreno e de boa fisionomia. Seu trato era muito agradável e sua conversa bastante espiritual era muito proveitosa para os que o ouviam. Todos os que o procuravam saíam espiritualizados e atraídos à virtude. Foi amigo do recolhimento e falava pouco. Quando repreendia como superior, que o foi muitas vezes, agia com doce severidade, exortando com amor paternal.." Santa Teresa de Jesus o considerava "uma das almas mais puras que Deus tem em sua Igreja. Nosso Senhor lhe infundiu grandes riquezas da sabedoria celestial. Mesmo pequeno ele é grande aos olhos de Deus. Não há frade que não fale bem dele, porque tem sido sua vida uma grande penitência". Poucos homens falaram dos sublimes mistérios de Deus na alma e da alma em Deus como São João da Cruz.

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