A Estrutura da Santa Missa
A estrutura da Santa Missa é construída sobre dois grandes pilares: aliturgia da palavra, precedida dos ritos inciais, e a liturgia eucarística, seguida dos ritos finais.
O rito eucarístico que detalhamos a seguir é o latino na sua forma ordinária, que é aquele que nos toca. Há, no mundo inteiro, vários outros ritos eucarísticos reconhecidos pela santa Igreja, que se mantiveram por sua antiguidade e fidelidade à doutrina católica: o rito ambrosiano, celebrado em Milão, o moçárabe, em partes da Espanha, o melquita, o maronita, o braguense, a sagrada liturgia de São João Crisóstomo, etc.
A terminologia e as explicações foram obtidas preferencialmente da Instrução Geral sobre o Missal Romano.
RITOS INICIAIS
A finalidade dos ritos inciais, precedem a liturgia da palavra e têm o caráter de exórdio, introdução e preparação. Sua finalidade é fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia.
Entrada
A celebração começa com o canto de entrada, cuja finalidade é inserir os fieis no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros. Não havendo canto de entrada, a antífona proposta no missal é recitada. Chegando ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam o altar com uma inclinação profunda. Em seguida, o sacerdote e o diácono beijam o altar; e o sacerdote, se for oportuno, incensa a cruz e o altar.
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, responsável pela Região Belém (www.regiaobelem.org.br)
Saudação
Executado o canto da entrada, o sacerdote junto com toda a assembleia, faz o sinal da cruz; a seguir, pela saudação, expressa à comunidade reunida a presença do Senhor.
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, responsável pela Região Belém (www.regiaobelem.org.br)
Ato Penitencial
Realizado por toda a assembleia, por meio de uma confissão geral, e concluído pela absolvição do sacerdote (que não alcança pecados graves). Aos domingos, particularmente, no tempo pascal, pode-se optar pela bênção e aspersão da água em recordação do batismo.
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, responsável pela Região Belém (www.regiaobelem.org.br)
Kyrie
Se não foi incluido no ato penitencial, o 'Senhor, tende piedade' (Kyrie eleison) é rezado/cantado por todos, para implorar a misericórdia de Deus.
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Glória
O texto deste hino (remonta ao século II) não pode ser substituído por outro. Entoado pelo sacerdote ou, se for o caso, pelo cantor ou o grupo de cantores, é cantado por toda a assembleia. Se não for cantado, deve ser recitado por todos juntos ou por dois coros dialogando entre si. O Glória é próprio aos domingos (exceto no Advento e na Quaresma) e nas solenidades e festas.
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, responsável pela Região Belém (www.regiaobelem.org.br)
Oração da Coleta
Ao convite do sacerdote ('Oremos'), este diz a oração que se costuma chamar 'coleta', pela qual se exprime a índole da celebração. Conforme antiga tradição da Igreja, a oração costuma ser dirigida à Trindade Santa.
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LITURGIA DA PALAVRA
A liturgia da palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação. Integram-na também breves momentos de silêncio, pelos quais, sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus. Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria liturgia da palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o término da homilia.
Leituras Bíblicas
As leituras conservam a unidade dos dois Testamentos e da história da salvação. Não é permitido trocá-las por outros textos não bíblicos. Por tradição, o ofício de proferi-las é ministerial: deve ser feito pelo leitor. Na ausência deste, pode ser feito pelo sacerdote. Após cada leitura, quem a leu profere a aclamação, respondida pelos demais.
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, responsável pela Região Belém (www.regiaobelem.org.br)
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Salmo
O salmo responsorial deve responder a cada leitura e normalmente será tomado do lecionário. De preferência, será cantado, ao menos no que se refere ao refrão. Se não puder ser cantado, seja recitado do modo mais apto para favorecer a meditação da palavra de Deus.
Aclamação ao Evangelho
Após a leitura que antecede o Evangelho, canta-se o Aleluia, conforme exigir o tempo litúrgico. Tal aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, por meio do qual os fieis acolhem o Senhor que lhes vai falar no Evangelho. Na Quaresma, no lugar do Aleluia, canta-se o versículo antes do Evangelho proposto no lecionário.
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, responsável pela Região Belém (www.regiaobelem.org.br)
Evangelho
É o ponto alto da liturgia da palavra. A própria liturgia ensina que se lhe deve manifestar a maior veneração, uma vez que a cerca mais do que as outras, de honra especial. O Evangelho é lido pelo sacerdote.
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, responsável pela Região Belém (www.regiaobelem.org.br)
Homilia
É proferida pelo próprio sacerdote celebrante ou por ele delegada a um sacerdote concelebrante ou, ocasionalmente, a um diácono, nunca, porém, a um leigo. Em casos especiais e por motivo razoável a homilia também pode ser feita pelo Bispo ou presbítero que participa da celebração sem que possa concelebrar. É obrigatória aos domingos e festas de preceito, não podendo ser omitida, salvo por motivo grave. Após a homilia convém observar um breve tempo de silêncio.
Profissão de Fé (Credo)
Ao rezar o Credo, os fieis respondem à palavra de Deus anunciada da Sagrada Escritura e explicada pela homilia, bem como, proclamando a regra da fé através de fórmula aprovada para o uso litúrgico, recordar e professar os grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração na Eucaristia. Deve ser cantado ou recitado pelo sacerdote com o povo aos domingos e solenidades.
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, responsável pela Região Belém (www.regiaobelem.org.br)
Oração universal ou Orações dos fiéis
Cabe ao sacerdote dirigir a oração. Ele a introduz com breve exortação, convidando os fiéis a rezarem e depois a conclui. As intenções são pelas necessidades da Igreja, pelos poderes públicos, pela salvação de todo o mundo, pelos que sofrem e pela comunidade local. Outras podem ser agregadas de acoso com a ocasião (matrimônio, exéquias etc.). As intenções são proferidas do ambão pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo.
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, responsável pela Região Belém (www.regiaobelem.org.br)
LITURGIA EUCARÍSTICA
É a parte central da missa. Traz presente a última ceia, quando Cristo instituiu o sacramento eucarístico. A Igreja dispôs toda a celebração eucarística de modo a corresponder às palavras e gestos de Cristo: na preparação dos dons levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles elementos que Cristo tomou em suas mãos; na oração eucarística, rendem-se graças a Deus por toda a obra da salvação e as oferendas tornam-se Corpo e Sangue de Cristo; pala fração do pão e pela comunhão os fieis, embora muitos, recebem o Corpo e o Sangue do Senhor de um só pão e de um só cálice, do mesmo modo como os apóstolos, das mãos do próprio Cristo.
Pe. Antonio Guerra - www.tv.arautos.org.br
Preparação das Ofertas
O sacerdote prepara o altar colocando nele o corporal, o purificatório, o missal e o cálice, a não ser que se prepare na credência. A seguir, trazem-se as oferendas, que podem ser levadas pelos fieis, até o sacerdote. O canto do ofertório acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar. O pão e o vinho são depositados sobre o altar pelo sacerdote, proferindo as fórmulas estabelecidas; o sacerdote pode incensar as oferendas colocadas sobre o altar e, em seguida, a cruz e o próprio altar. Em seguida, o sacerdote lava as mãos, ao lado do altar, como rito de purificação.
Oração sobre as Ofertas
Depositadas as oferendas sobre o altar e terminados os ritos que as acompanham, conclui-se a preparação dos dons e prepara-se a Oração eucarística com o convite aos fieis a rezarem com o sacerdote, e com a oração sobre as oferendas. O povo, unindo-se à oração, a faz sua pela aclamação 'amém'.
Oração sobre as Ofertas
O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo. A oração eucarística exige que todos a ouçam respeitosamente e em silêncio.
Oração Eucarística
Ação de graças - o sacerdote, em nome de todo o povo santo, glorifica a Deus e lhe rende graças por toda a obra da salvação ou por um dos seus aspectos, de acordo com o dia, a festividade ou o tempo.
Santo - aclamação pela qual toda a assembleia, unindo-se aos anjos, louva a Deus.
Epiclese - a Igreja implora por meio de invocações especiais a força do Espírito Santo para que os dons oferecidos pelo ser humano sejam consagrados e que a hóstia imaculada se torne a salvação daqueles que vão recebê-la em comunhão.
Consagração - pelas palavras e ações de Cristo, se realiza o sacrifício que ele instituiu na última Ceia, ao oferecer o seu Corpo e Sangue sob as espécies de pão e vinha, e entregá-los aos apóstolos como comida e bebida, dando-lhes a ordem de perpetuar este mistério.
Anamnese - a Igreja faz a memória do próprio Cristo, relembrando principalmente a sua bem-aventurada paixão, a gloriosa ressurreição e a ascensão aos céus.
Oblação - a Igreja, em particular a assembléia atualmente reunida, realizando esta memória, oferece ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada.
Intercessões - pelas quais se exprime que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre, que a oblação é feita por ela e por todos os seus membros vivos e defuntos, que foram chamados a participar da redenção e da salvação obtidas pelo Corpo e Sangue de Cristo.
Doxologia final - rezada somente pelo sacerdote, é confirmada pela assembleia, com um solene 'amém'.
Pai Nosso
O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a oração com o sacerdote, e o sacerdote acrescenta sozinho o embolismo, que o povo encerra com a doxologia.
Rito da Paz
Oração dita somente pelo sacerdote, por meio da qual a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana. A saudação entre os fieis há de ser sóbria e apenas aos que lhe estão mais próximos.
Fração do Pão
O sacerdote parte o pão eucarístico, ajudado, se for o caso, pelo diácono ou um concelebrante. O sacerdote coloca uma parte da hóstia no cálice, para significar a unidade do Corpo e do Sangue do Senhor. Entoa-se, então, o Cordeiro de Deus, respondido pelos fieis.
Comunhão
sacerdote prepara-se por uma oração em silêncio para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo. Os fiéis fazem o mesmo, rezando em silêncio. A seguir, o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico sobre a patena ou sobre o cálice e convida-os ao banquete de Cristo; e, unindo-se aos fiéis, faz um ato de humildade, usando as palavras prescritas do Evangelho. Enquanto o sacerdote recebe o sacramento, entoa-se o canto da comunhão que se estenderá à comunhão dos fieis. Para encerrar todo o rito da Comunhão, o sacerdote profere a oração depois da comunhão, em que implora os frutos do mistério celebrado.
RITOS FINAIS
Nos ritos de encerramento temos breves comunicações, se forem necessárias; saudação e bênção do sacerdote, que em certos dias e ocasiões é enriquecida e expressa pela oração sobre o povo, ou por outra fórmula mais solene; despedida do povo pelo diácono ou pelo sacerdote, para que cada qual retorne às suas boas obras, louvando e bendizendo a Deus; o beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros ministros.
Fonte: Textos - http://www.ahoradamissa.com